Cidade litorânea viveu uma tarde de muita cultura e encontro com a história de uma das figuras mais ilustres de Santa Catarina.
Aos finais de semana, Garopaba reúne seus principais artesões nas suas praças para uma feira cultural. Neste sábado, 3, o encontro foi na praça Ivo Silveira, no coração da cidade, e teve um toque especial: marcou o lançamento das obras Dois Mundos e Uma Rosa para Anita e Anita: Guerreira das Repúblicas e da Liberdade, ambas editadas pelo Instituto Cultural Anita Garibaldi (CulturAnita).
A atmosfera cultural que envolveu o lançamento do livro foi ainda composta pela bela interpretação de uma canção denominada “Anita”, pela musicista local Karen Rosa, e pelo brado forte das Guardiãs de Anita, que entoaram um grito de guerra em reverência à heroína dos dois mundos.
O vice-prefeito Jorge Augusto da Silva Chaves, o Guto, que representou o prefeito Junior Abreu, não escondeu a felicidade de ver o município celebrando Anita, no ano do seu bicentenário. “É uma satisfação muito grande para o nosso município comemorar a heroína. Tive a oportunidade de, quando vereador, aprovar o projeto que nos colocou na programação internacional e, hoje, ver tudo isso é muito gratificante. Para a cidade é muito importante, é um choque de cultura”, comenta.
A adesão de Garopaba teve participação fundamental do coletivo de mulheres Somos Todas Anita. Ana Garcia, líder das ‘Anitas de Garopaba’, como o grupo é conhecido, se emocionou ao participar do ato. “Para o nosso coletivo é uma honra estar participando desta programação e estamos contentes por estar em meio à comunidade, numa feira, onde podemos respirar cultura e história”, afirma.
No ato foram entregues 40 livros à prefeitura, como contrapartida pela adesão ao projeto “Dois mundos e uma rosa para Anita em seu bicentenário”. A solenidade realizada na feira foi simbólica e contou com a participação dos vereadores Felippe de Souza e Jean Antunes, da secretária de Educação e Cultura, Fernanda Alves Cândido, chefe da Divisão de Projetos Culturais, Camila Rozette da Rosa, e da primeira-dama Tatiane Nascimento.
Wolfgang Rau homenageado
Autor de sete livros sobre Anita Garibaldi, Wolfgang Ludwig Rau nos deixou em 2009, mas seu legado permanece vivo. O arquiteto suíço, nascido em 1916, foi considerado por muitos historiadores como o principal biógrafo da guerreira. Uma de suas obras, Anita: o perfil de uma heroína, de 1975, é aclamada como uma fonte primordial de informações sobre a trajetória da catarinense.
Rau morou por muitos anos em Garopaba e na sua residência, ainda hoje, há uma figueira originada de uma muda colhida a partir da Árvore de Anita, plantada em 1922, no Jardim Calheiros da Graça, em Laguna. Durante o evento, o saudoso escritor foi reverenciado. “Por muitas vezes vim aqui conversar com ele e fui abastecido com muitas informações históricas sobre a heroína”, revela Cadorin.
“A pessoa que mais sinto orgulho na minha vida e que foi referência para nossa família foi o pai. Ele está presente todos os dias em nossas vidas em qualquer situação. Seus conselhos, sua forma de viver, são exemplos para nós. Foi um historiador, artista, arquiteto e intelectual extremamente a frente de seu tempo”, afirma a filha do arquiteto, Léa Cristina Rau. Ela compareceu à solenidade e não escondeu a emoção de ver as referências elogiosas a seu pai. “Ele estaria muito contente; no mínimo, iria chorar ao ouvir a música de tão linda”.
Sobre as obras
Anita: Guerreira das Repúblicas e da Liberdade se trata da quinta edição de uma biografia da heroína lançada originalmente em 1999. A obra é assinada por Adílcio Cadorin e traz novas descobertas sobre a heroína catarinense.
Dois Mundos e Uma Rosa Para Anita é uma obra coletiva que reúne vários artigos escritos por estudiosos da epopeia garibaldina. Além de Cadorin, assinam os artigos nomes como Andrea Antonioli, Giampaolo Grilli e o Alessandro Ricci, Giovane Tesei e a bisneta da guerreira, Annita Garibaldi.
Bicentenário de Anita une quatro países
O projeto visa unir quatro países para comemorar e homenagear a memória e os feitos da catarinense Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi). Nascida em agosto de 1821, ela foi uma jovem à frente de seu tempo que bravamente lutou pelos ideais republicanos ao lado de seu marido, Giuseppe Garibaldi, destacando sua coragem nas diversas batalhas em que participou em defesa dos ideais republicanos, no Brasil, Uruguai e Itália. Esses feitos a tornaram a heroína dos dois mundos.
O híbrido-símbolo das comemorações foi criado pelo botânico italiano Giulio Pantoli (morto em 2018), que se inspirou na figura de Anita Garibaldi para desenvolver a rosa. Na Itália, os direitos de reprodução da rosa estão com o Museu Renzi, que franqueou autorização para que o CulturAnita pudesse clonar e distribuir o híbrido no Brasil e na América do Sul.
Os brotos foram trazidos no final de 2018 para o Brasil e adaptados à realidade climática do país pelo botânico Leonardo Borges, de Laguna. Em agosto de 2019, foram iniciados os plantios das primeiras rosas geradas em Imbituba, Laguna e Tubarão e em 2020, nas cidades de Florianópolis, Garopaba, Curitibanos, Anita Garibaldi e Lages.
O Bicentenário de Anita Garibaldi tem coordenação do Museu e Biblioteca Renzi, na Europa, e do Instituto CulturAnita, para a América do Sul. O projeto conta com apoio de cidades catarinenses, gaúchas, italianas, uruguaias e san-marinenses.
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